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6 minutos de leitura

Trombose: tipos, sintomas e tratamento

Coágulo sanguíneo pode se desenvolver em diferentes partes do corpo
AL
Dra. Andresa Lima Melo - Hematologia e hemoterapia Atualizado em 13/12/2023

A trombose é uma condição médica que envolve a formação de coágulos sanguíneos anormais em nosso sistema circulatório. Esses coágulos podem se desenvolver em diferentes partes do corpo, representando uma ameaça significativa à saúde.

Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto. 

Trombose: o que é?

Trombose refere-se ao desenvolvimento de um coágulo sanguíneo, conhecido como trombo, que se forma em um vaso sanguíneo ou no coração. Esse coágulo bloqueia o fluxo normal de sangue através do vaso afetado, seja uma veia ou uma artéria, comprometendo a circulação sanguínea. 

 

Tipos de Trombose

Há diferentes tipos de trombose que podem ser classificadas dependendo do local onde o trombo se forma e das veias ou artérias envolvidas. Entre os principais tipos estão: 

Trombose venosa: é o tipo de trombose mais comum, ocorre quando o sangue coagula no interior de uma veia. As veias são os vasos responsáveis por trazer o sangue de volta dos tecidos ao coração. A trombose venosa pode ser subdividida em:  

Trombose Venosa Profunda (TVP): acontece quando o sangue coagula no interior de uma veia profunda do corpo, sendo os membros inferiores, como a perna, o local de ocorrência mais comum.  

Tromboflebite: ocorre quando o sangue coagula no interior de uma veia superficial, geralmente no braço ou na perna. Este quadro também pode ser denominado apenas flebite.  

Trombose arterial: é quando o sangue coagula no interior de uma artéria, vasos que levam o sangue do coração aos tecidos de todo o corpo.  

Trombose intracardíaca: é quando o sangue coagula em uma das câmaras do coração (ventrículos ou átrios). Esse quadro é geralmente causado por alguma doença cardíaca pré-existente. 

Fatores de risco para trombose

Os fatores de risco dependem do tipo de trombose.  

Ao que se refere a trombose venosa são:  

  • Imobilidade prolongada: ou seja, pessoas que permanecem com redução de mobilidade por longos períodos, como em casos de internação hospitalar, viagens de longa distância, imobilização por fraturas, repouso após cirurgias, pessoas acamadas. 

  • Predisposição genética: grupo de doenças chamadas de trombofilias, quando o indivíduo tem predisposição em desenvolver trombose, por possuir alguma anomalia na coagulação do sangue. 

  • Idade avançada (especialmente após os 60 anos).  

  • Obesidade  

  • Gravidez e puerpério (principalmente nos primeiros dois meses após o parto).  

  • Câncer  

  • Quimioterapia  

  • Tabagismo  

  • Hormonoterapia (uso de anticoncepcionais orais, por exemplo). 

  • Varizes  

Para a trombose arterial são:  

  • Tabagismo  

  • Diabetes  

  • Hipertensão  

  • Dislipidemia (colesterol alto)  

  • Sedentarismo  

  • Obesidade  

  • Histórico familiar: ou seja, ter familiares que tiveram trombose pode aumentar o risco de desenvolver a condição.  

  • Idade avançada (especialmente após os 60 anos).  

Para trombose intracardíaca são: 

  • Doenças cardíacas pré-existentes, tais como arritmias, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e valvopatias. 

Para tromboflebite são:  

  • Punção venosa (procedimento realizado para acessar uma veia com uma agulha) 

  • Traumas 

Relação entre a trombose e os medicamentos anticoncepcionais

A relação entre a trombose e os medicamentos anticoncepcionais está nos hormônios estrógenos e progesterona presentes na maioria dos anticoncepcionais orais.  

Esses hormônios elevam os níveis sanguíneos de fatores de coagulação, contribuindo para um estado de hipercoagulabilidade, uma condição médica na qual o sangue tem uma tendência aumentada para formar coágulos. 

Assim, o coágulo formado na trombose venosa é resultado do desequilíbrio entre os fatores anticoagulantes, pró-coagulantes e fibrinolítico no sangue e o uso de anticoncepcionais pode propiciar esse desequilíbrio, aumentando o risco de desenvolvimento de trombose. 

Sintomas de trombose

Os sintomas podem variar conforme o tipo de trombose.  

Pessoas com trombose venosa profunda nos membros inferiores costumam apresentar: 

  • Inchaço do membro;  

  • Dor;  

  • Endurecimento da panturrilha.

Já aquelas com tromboflebite, quadro menos grave se comparado a trombose arterial e a trombose venosa profunda, são:  

  • Dor; 

  • Vermelhidão e aumento de temperatura no trajeto da veia acometida; 

  • Em alguns casos, sentimos um cordão endurecido no local acometido (quando há um trombo no interior da veia, ela fica palpável).  

Os sintomas de trombose arterial estão relacionados à diminuição da chegada de sangue (isquemia) no membro acometido. Os sinais e sintomas de isquemia são:  

  • Dor súbita;  

  • Caso ocorra em artérias cerebrais, caracteriza o acidente vascular isquêmico (AVC) e pode se manifestar por alteração da sensibilidade (dormência ou formigamento) e/ou alteração de motricidade (mudanças na habilidade de uma pessoa para realizar movimentos voluntários e coordenados do corpo);  

  • Caso ocorra em uma artéria do coração (coronária), caracteriza o infarto agudo do miocárdio; 

  • Diminuição da temperatura corporal; 

  • Palidez ou cianose (coloração azulada ou acinzentada da pele decorrente de oxigenação insuficiente do sangue). 

Por fim, para a trombose intracardíaca, em geral, é assintomático e identificado em exames de imagem cardiológicos, como o ecocardiograma, por exemplo.  

 

Qual médico buscar para o tratamento de trombose?

Para o tratamento de trombose, o paciente deve procurar inicialmente o pronto-socorro para investigação na presença de sinais e/ou sintomas de alerta.  

Após o diagnóstico, o acompanhamento clínico e/ou cirúrgico será determinado com base no vaso afetado e na gravidade da condição. 

Em geral, os casos de trombose venosa costumam ser acompanhados por um cirurgião vascular ou um hematologista. 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito de maneira individualizada e depende do tipo de trombose. 

 

Trombose venosa (profunda e superficial) 

Suspeita inicial: baseada na história médica e no exame clínico do indivíduo. Para a confirmação, uma ultrassonografia com doppler colorido é necessária, o que permite definir a extensão da trombose e identificar os segmentos venosos acometidos. 

Trombose arterial 

Suspeita inicial: a história e o exame físico do paciente são fundamentais.  Para determinar a causa da trombose e planejar uma cirurgia de revascularização arterial, que pode ser feita para tratar artérias que estão estreitadas ou bloqueadas, são realizados exames de imagem como: 

  • Ultrassonografia com doppler colorido: exame não invasivo que combina ultrassonografia tradicional e tecnologia Doppler para visualizar e medir o fluxo sanguíneo em vasos e órgãos do corpo. 

  • Angiotomografia: exame de imagem avançado que utiliza técnicas de tomografia computadorizada para obter imagens detalhadas dos vasos sanguíneos. 

  • Angioressonância: procedimento que utiliza a ressonância magnética para visualizar os vasos sanguíneos. 

  • Arteriografia: exame de imagem utilizado para visualizar o interior das artérias. 

Tromboflebite 

  • US Doppler venoso do vaso afetado 

Tratamentos para a trombose

Cada tipo de trombose requer uma abordagem terapêutica específica dependendo da localização do trombo, da gravidade da condição e das comorbidades associadas. 

Trombose venosa (profunda e superficial) 

O tratamento para esse tipo de trombose visa dissolver o coágulo, evitar sua progressão e reduzir o risco de embolia pulmonar. As opções são: 

  • Medicamentos: anticoagulantes são utilizados para impedir a formação de novos coágulos e a progressão dos existentes. 

  • Meias elásticas: indicadas para aliviar sintomas como dor e inchaço e para auxiliar o retorno venoso do sangue, além de diminuir o risco de síndrome pós-trombótica, condição crônica que ocorre após um coágulo sanguíneo nas veias. 

  • Analgésicos: utilizados para aliviar a dor associada à condição. 

T****romboflebite 

O tratamento varia conforme a extensão e a veia acometida. 

  • Casos simples: analgésicos, compressas com água morna e anti-inflamatórios. 

  • Casos específicos: anticoagulantes podem ser necessários, dependendo das comorbidades presentes. Portanto, a avaliação deve ser individualizada. 

Trombose arterial 

Para esse tipo de trombose, o tratamento irá depender da gravidade do caso. Nesse sentido, podem variar desde um tratamento clínico com anticoagulante até cirurgias mais complexas.  

  • Casos menos graves: pode incluir tratamento clínico com anticoagulantes. 

  • Casos moderados a graves: pode exigir procedimentos como angioplastia, colocação de stents, ou cirurgias de ponte de safena, ou com uso de próteses sintéticas. 

  • Casos avançados: quando a trombose compromete a oxigenação dos tecidos, a amputação pode ser a única opção. 

Trombose intracardíaca 

O tratamento consiste no uso de anticoagulantes.

Escrito por
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Dra. Andresa Lima Melo

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