O corpo humano funciona como uma grande equipe em que todos os membros devem cumprir suas tarefas a fim de alcançar um objetivo comum. Nesse sentido, quando algo se altera, o organismo acende o sinal vermelho e tenta nos avisar que é preciso parar e investigar. Um dos exemplos mais comuns é a dor de cabeça, também chamada de cefaleia. Apesar de normal após um dia cansativo ou uma noite mal dormida, há casos em que ela representa um aviso de que é preciso procurar um neurologista. Mas a especialidade de neurologia clínica não trata somente desses quadros.
O que é neurologia clínica?
O Sistema Nervoso é constituído por cérebro, nervos, medula (canal de ligação entre os dois primeiros) e músculos. Dentre suas muitas funções, podemos destacar o controle e a coordenação de atividades como:
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motricidade: conjunto de funções nervosas e musculares que permite os movimentos voluntários ou automáticos do corpo;
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cognição: linguagem, memória, capacidade de planejamento e organização;
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marcha e equilíbrio;
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funções automáticas do corpo: frequência cardíaca, respiração e função do estômago e intestinos.
Além disso, o sistema nervoso é responsável pela interpretação dos estímulos externos aos quais uma pessoa é submetida (ex.: dor, temperatura).
“A neurologia clínica é, portanto, a especialidade médica responsável pelo diagnóstico e tratamento das doenças que comprometem tais funções. O tratamento cirúrgico, por sua vez, é de responsabilidade da neurocirurgia", esclarece a Dra. Natalia Nasser Ximenes, neurologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras.
Quais doenças o médico neurologista trata?
As doenças que com mais frequência levam os pacientes para o neurologista são:
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cefaleia (dor de cabeça);
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Acidente Vascular Cerebral (AVC);
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trombose cerebral;
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vertigem;
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Alzheimer;
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Parkinson;
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Tremor;
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Síndrome das Pernas Inquietas;
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Polineuropatia (doença dos nervos);
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Miopatia (doença do músculo);
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Epilepsia;
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Miastenia Gravis (falha de comunicação entre nervos e músculos);
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Esclerose Múltipla.
O diagnóstico é feito a partir de uma boa conversa, exames físicos e, em alguns casos, testes complementares. Apesar de parecer amedrontador passar por uma avaliação neurológica, os procedimentos são simples e extremamente importantes para analisar a saúde do cérebro, da medula espinhal, dos nervos e da meninge. Saiba quais os principais exames solicitados pelo neurologista e como eles são:
tomografia:
O paciente deita-se em uma prancha que passa por dentro de um cilindro. Por meio da radiação emitida por este, são obtidas imagens do cérebro e medula;
eletroencefalograma (EEG):
Através de eletrodos colocados no couro cabeludo, é possível obter registro gráfico das correntes elétricas emitidas pelo cérebro;
ressonância magnética:
O procedimento é parecido com a tomografia. Porém, demanda maior tempo para realização e não utiliza radiação. As imagens são obtidas por meio de ondas magnéticas;
doppler transcraniano:
Avalia as características do fluxo sanguíneo cerebral, além de ser capaz de detectar sinais de embolização;
eletroneuromiografia:
Eletrodos são colocados no músculo a ser investigado. O médico pode solicitar que a pessoa examinada faça alguns movimentos. Dessa forma é possível avaliar a resposta dos músculos e nervos a estes estímulos.
Quando devo procurar um neurologista clínico?
Muitas vezes, sentimos desconfortos que não sabemos como explicar ou muito menos que especialista consultar. Nesse caso, é preciso buscar a ajuda de um clínico geral para que ele oriente qual é a especialidade indicada para tratar daquele problema. No entanto, alguns sintomas são tão clássicos que facilmente identificamos a necessidade de buscar ajuda neuroclínica imediatamente. Confira alguns deles:
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fraqueza muscular;
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dificuldade para caminhar;
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desequilíbrio;
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tontura,
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alterações da coordenação motora;
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formigamento;
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tremores;
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dor de cabeça.
Covid-19 e sistema neurológico
A COVID é uma doença recente ainda há pouco conhecimento sobre seus efeitos a longo prazo. Segundo a Dra. Natalia Nasser Ximenes, neurologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, não há grandes estudos científicos sobre as complicações neurológicas da COVID e, portanto, os dados disponíveis baseiam-se na experiência clínica.
“As complicações mais graves descritas são AVC, Trombose Venosa Cerebral e Síndrome de GuillainBarré. Com relação às complicações não graves, são frequentes as queixas de cefaleia, cansaço físico e mental, sintomas ansiosos e depressivos, dificuldades de memória, tremor e alterações do sono", completa.
Se você apresenta algum destes quadros, agende hoje mesmo uma consulta com um neurologista. Entre em contato conosco pelo número (61) 3052-4600. Pacientes com doenças neurológicas crônicas também devem fazer acompanhamento periódico com neurologista.